REDAÇÕES CORRIGIDAS - Outubro/2017 A terapia de reversão da orientação sexual
A homofobia em pauta
A homofobia vem aumentando diariamente, praticada por pessoas que dispõem de uma série de informações, opiniões, mas se recusam a aceitar o próximo, sobretudo se ele for julgado como “diferente” do que é acostumado se ver. Um dado alarmante, que necessita de atenção redobrada para que ao menos possamos sonhar com uma sociedade igualitária.
Em 2017, até o mês de maio, 117 pessoas foram assassinadas no Brasil devido à homofobia. É um assassinato a cada 25 horas, segundo o Grupo Gay da Bahia(GGB). Em 2016, consoante a Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transgêneros e Intersexuais, 340 LGBTs foram mortos no Brasil. Em 2015, foram registradas 318 mortes, segundo informações do grupo.
Vale destacar que a homofobia não se expressa apenas na ocorrência de homicídios. Os homossexuais são constantemente agredidos, tanto fisicamente, quanto através de descriminalização discriminação em locais públicos, no entanto, as vítimas não podem fazer um boletim de ocorrência por um ataque homofóbico, pois na Constituição brasileira não existe uma penalização severa, além de prestação de serviços à comunidade ou então pagamento de cestas básicas, resultando em um incentivo ao crime.
Muitas vezes a homofobia vem acompanhada pelo racismo, “quando se trata de negro e gay, os estigmas ficam um pouco pior, pode-se dizer que a exclusão é dupla” . Quando se é branco e tem uma boa renda, a homossexualidade é tratada de forma mais compreensiva complacente.
Em virtude dos fatos mencionados mencionados, pode-se concluir que, odiar alguém a ponto de matar só porque esse alguém possuiu uma orientação sexual diferente da sua, é sim uma doença a ser combatida, afinal todos tem o direito de escolher ser feliz, de poder andar de mãos dadas com a pessoa amada, sem ser tratado de forma diferente. A educação sexual deveria ser obrigatória em todos os níveis escolares; o governo necessita criar uma lei mais severa e punir exemplarmente os agressores; e conscientizar a sociedade sobre o que é respeitar, e principalmente sobre o que é amar.
Comentário geral
O texto não é mal escrito, embora esteja mal estruturado, uma vez que o autor faz uma série de declarações que têm como única conexão o tema, isto é, a homofobia. Acontece, no então, que esse não é o tema proposto pelo Banco de Redações, que era a terapia de reversão da orientação sexual. Não há sequer uma linha sobre o tema proposto e isso é suficiente, numa prova como a do Enem, para atribuir um zero à redação como um todo.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: Na verdade, a conclusão de que a homofobia aumenta diariamente deveria ser extraída do parágrafo posterior, em que o autor apresenta números. Fora isso, o que o fato de as pessoas terem informações e opiniões têm que ver com elas não aceitarem o diferente? A menos que o autor caracterizasse essas informações e opiniões, elas parecem não vir ao caso.
2) Terceiro parágrafo: a Constituição, por ser a lei maior do país, tem caráter amplo, ficando as questões específicas para as outras leis. De resto, tem havido um esforço legislativo para se punir mais duramente os chamados crimes de ódio, entre os quais se encontra a homofobia.
3) Quarto parágrafo: por que a frase em vermelho está entre aspas? É uma citação? De quem/ De que obra?
4) Quinto parágrafo: querer que o governo ensine a amar é um contrassenso. Essa não é uma atribuição governamental.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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