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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Outubro/2017 A terapia de reversão da orientação sexual

Redação corrigida 600

A liberdade e [a] “cura gay”

Inconsistente Erro Correção

Calcula-se que exista hoje na população brasileira cerca de 17,9 milhões de homossexuais. E, no mês de agosto, foi aprovada a lei que deu direito aos homossexuais do reconhecimento da sua união estável, entre estável entre pessoas do mesmo sexo. Na sequência, em setembro, o juiz federal Waldemar Cláudio de Carvalho, através de uma decisão provisória, autorizou os psicólogos a realizarem a “terapia de reversão de orientação”, popularmente chamada de “cura gay”, tal cura estava proibida pelo órgão disciplinador da categoria. Esta decisão jurídica gerou muita repercussão na sociedade brasileira.

Por um lado, os LGBTS LGBTs (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros) discordam dessa decisão, por acreditarem que a homossexualidade é intrínseca à pessoa, não é uma opção mutável, mas algo que faz parte do caráter da pessoa. Eles temem que, se a sociedade entender que ser "gay" é apenas uma opção, crescerá o preconceito contra os homossexuais, que poderá fazer com que aumente a violência contra eles.

Por outro lado, quem defende a liberdade dos psicólogos em tratarem de qualquer assunto com seus pacientes, defende pacientes defende também que a reversão sexual deve ser uma opção do paciente, que pode estar vivendo com angústias e conflitos internos pela sua condição sexual, enxergando na psicologia uma forma de amenizar as suas agonias.

Enquanto os homossexuais acreditam que Embora os homossexuais acreditem que, uma vez sendo uma pessoa assumindoa sexualidade homossexual, ela jamais poderá passar a ser heterossexual, não cabe a ninguém impedir que uma pessoa busque saídas para resolver os seus conflitos internos. A proibição dos psicólogos em tocarem no assunto da reversão da orientação sexual é descabida, arbitrária e fere o direito de liberdade do cidadão, garantido pela Constituição.

Comentário geral

 

Texto muito razoável, concorde-se ou não com a opinião do autor. Há vários problemas pontuais, no entanto, que puxam a nota para baixo, alguns dos quais, apontados em vermelho, serão comentados a seguir. A questão mais grave é uma apresentação dos fatos que não corresponde completamente à realidade: a não são apenas os grupos LGBTs que se contrapõem à liminar do juiz, mas o próprio Conselho Federal de Psicologia. Há divergência entre os próprios psicólogos sobre a legitimidade e a eficácia das terapias de reversão sexual. Por outro lado, houve outros grupos, de caráter religioso, também envolvidos na questão. A repercussão social tendeu à tradicional polarização do problema entre progressistas e conservadores. De qualquer modo, mesmo restringindo sua argumentação aos fatos que expôs, o aluno soube expô-los e defender seu ponto de vista, conseguindo defender a terapia de reversão sexual sem se mostrar preconceituoso.

 

Aspectos pontuais

 

1) Primeiro parágrafo: a) o autor deveria citar suas fontes: quem calcula? b) Não foi exatamente isso que aconteceu no mês de agosto. A união estável entre pessoas do mesmo sexo foi reconhecida pelo STF em 2011. c) É óbvio que a união entre pessoas do mesmo sexo se refere a homossexuais. d) Por fim, todas essas informações em vermelho não vêm ao caso, não têm nada que ver nem com a introdução, nem com a argumentação que o autor desenvolverá.

2) Segundo parágrafo: a) não se trata propriamente de caráter, mas de personalidade, ou natureza. A frase poderia ser reescrita assim: ...que a homossexualidade é intrínseca à pessoa, não é uma opção mutável, mas algo que faz parte de sua própria personalidade ou natureza. b) O uso excessivo de quês é um vício de linguagem chamado queísmo.

3) Quarto parágrafo: a) De acordo com a lógica, o autor parece querer afirmar o que colocamos em verde e não o que ele colocou em vermelho. Simplificando a ideia, ele quer dizer que, apesar de os homossexuais em geral discordarem, um indivíduo têm o direito de escolher se quer abandonar a homossexualidade por meio de uma terapia psicológica. b) Não se trata de ter assumido ou não a homossexualidade, trata-se de ser homossexual.

 

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 100
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 150
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 100
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 150
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 100
Nota final 600

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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