REDAÇÕES CORRIGIDAS - Agosto/2017 Brasileiros têm "péssima educação argumentativa", segundo cientista
A necessidade de estar sempre certo
Imagino que, em algum momento de sua vida, você já teve que defender seu ponto de vista com alguém que pensava de uma forma diferente da sua, certo!? certo? O que é a coisa mais normal do mundo, afinal pessoas diferentes pensam de forma diferentes e todas vivem numa perfeita harmonia, ou pelo menos é assim que deveria ser...
Acontece que, em diversas situações, estamos tão concentrados em emitir nosso ponto de vista vista, que a opinião do outro acaba por ser ignorada pelos nossos ouvidos e cérebro, já que, para muita gente muitos de nós, o importante é sair de uma discussão com seu nosso argumento vitorioso, ao invés de considerarmos vitória a descoberta de uma nova forma de raciocinar novas ideias e raciocínios, que somente uma discussão construtiva nos oferece.
Discussões nas das quais ninguém sai aprendendo nada são bastantes frequentes em redes sociais. Quantas vezes, por exemplo, você já viu na internet um comentário totalmente distorcido em relação ao assunto da matéria tema, porque o usuário, simplesmente, apenas leu o título do “post” e já foi imediatamente recriminando a “suposta” e inexistente opinião do autor, sem, ao menos, tentar entender do que se trata determinado assunto suprimir o trecho sublinhado. E a partir daí a bola de neve só faz crescer, pois outras pessoas fazem a mesma coisa gerando e acaba se gerando um mal-entendido gigantesco que talvez nunca se chegue ao esclarecimento de fato.
É essencial que que, antes de criticarmos uma ideia que, a princípio, vai de encontro aos nossos ideais, nos coloquemos no lugar do outro e tentemos entender qual o principal conhecimento a ideia que ele/ela está tentando nos transmitir. Fazer isso é educado, simples e essencial à compreensão do tema abordado.
Devemos parar com a ideia de que somente o que “eu” penso faz mais sentido do que outro pensa. Será que uma pessoa que muda de ideia deve ser considerada alguém sem personalidade? Creio que por mais absurda que possa parecer a ideia da pessoa com quem você esteja discutindo, se esse for um debate saudável saudável, em que ambos almejam entender o outro, o pior mínimo que pode acontecer é você sair com algum conhecimento a mais do que tinha quando entrou.
Atenciosamente,
Comentário geral
O texto merece a nota máxima, apesar de uma certa informalidade da linguagem, que não chega a fugir a norma culta da língua escrita. Há alguns reparos que poderiam ser feitos em termos de conteúdo: o autor parece usar como sinônimos termos como ideia, ideal, conhecimento e raciocínio, que, embora pertençam a um mesmo campo semântico, têm diferenças específicas entre si. A rigor, num debate, devemos tentar persuadir o outro acerca do que consideramos certo, ou então nos deixar sermos persuadidos pelo oponente, caso seja ele que tenha a razão. É por meio da análise dos argumentos apresentados por ambas as partes, que se pode chegar ao consenso ou ao aprendizado. Apesar dos deslizes linguísticos e conceituais, no entanto, o autor deixa isso claro. Ele não só soube compreender a proposta, como apresentar seu ponto de vista e defende-lo com argumentos. É isso o que se espera de uma redação em qualquer que seja o exame. Parabéns!
Aspectos pontuais
1) Faltou o cabeçalho da carta.
2) Terceiro parágrafo: suposta não precisava estar entre aspas, pois refere-se à suposição que o leitor fez a partir da mera leitura do título do post. Inexistente, ao contrário, está incorreto: o autor do post tem uma opinião, o leitor a interpretou mal, mas se houve interpretação é porque aquela opinião existia de fato.
3) Quinto parágrafo: talvez o autor tenha usado o termo pior para fazer ironia, mas não é o caso. Por isso, achamos que faz mais sentido usar mínimo em vez de pior.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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