REDAÇÕES CORRIGIDAS - Março/2018 Violência e drogas: o papel do usuário
A política proibicionista por trás do combate ao tráfico de drogas
O tráfico de drogas é um problema que assola há décadas a população de favelas e periferias do Brasil. Tornou-se, há muito tempo, uma situação de calamidade pública em algumas regiões do país, como é o caso do estado do Rio de Janeiro. Os principais fatores que corroboram com essa adversidade concorrem para isso são a negligência e o desinteresse a incapacidade do estado – governo federal e estadual – em promover atitudes realmente significativas no combate à criminalidade. A corrupção que figura atinge quase que a totalidade das instituições do país aparece com como uma das origens do descaso político numa questão crucial para o pleno desenvolvimento de uma da sociedade. Falta iniciativa para desde desde investimentos em áreas básicas como educação educação, até determinação e coragem para figuras públicas e de altos cargos governamentais baterem de frente com enfrentarem milícias e grandes traficantes.
É inegável que é o consumo que viabiliza a existência das organizações criminosas. Porém, atribuir a culpa a usuários – muitas vezes sem discernimento algum sobre suas ações – não trará solução alguma para a questão. Pelo contrário, este esse tipo de ação avaliação somente tira o foco do real problema e afasta impede soluções realmente eficazes. Já é consenso que a proibição ao consumo consumo, como acontece no país hoje hoje, não traz resultados significativos. Então por qual motivo por que o estado não toma para si a tarefa de controlar racionalmente a situação? Uma forma de fazer isso é se espelhar em países com um IDH – Índice de Desenvolvimento Humano – maior e uma desigualdade social menor e que adotaram uma política de descriminalização das drogas. Seguindo o exemplo da Holanda ou Portugal, passarmos a aceitar o uso recreativo da maconha e tratar usuários dependentes dela e de outras drogas mais pesadas como doentes e não criminosos. Não significa que se deve deixar sem controle algum, mas sim que o estado assuma toda a responsabilidade da comercialização e acabe com a terceirização do serviço como acontece nos dias de hoje. A questão de distribuição de drogas nas favelas do Rio é feita da mesma forma como são feitas obras públicas, através de licitações. E quem vem ganhando há muito tempo são sempre as mesmas organizações, milícias e grandes traficantes.
A legalização com controle do estado resultaria além de em uma utilização mais segura para o usuário, também numa além de redução do comércio ilegal – por sinal o grande responsável pela violência e criminalidade. Proibir não resolveu no passado e não resolve hoje. Qual seria a razão para pensar que resolveria no futuro?
Portanto, justificar o problema atribuindo-o à classe usuária de drogas, apesar de realmente carregarem uma parcela de responsabilidade, não é a solução para o combate à criminalidade e o tráfico no país. É preciso conscientização e ação por parte dos órgãos públicos para atacar o problema na raiz, ou seja, na forma como as drogas são distribuídas. É preciso assumir a responsabilidade e o controle através da regulação, comércio e implementação de leis que representem políticas de amparo e assistencialismo assistência aos usuários. Faz-se necessário, nesse meio tempo, uma força tarefa de segurança pública por parte do governo nas favelas e subúrbios para evitar retaliações em massa à população por parte dos chefes do crime que comandam o tráfico nessas áreas. Por fim, realiza-se deve se realizar um esforço de conscientização à da população a respeito dos malefícios que as drogas podem causar – tanto na saúde mental quanto no convívio social.
Comentário geral
Texto razoável, apesar de muito prolixo, até no título. Há problemas pontuais graves de linguagem e de conteúdo. Falta coesão: o último parágrafo é o único subsequente ao primeiro que se inicia com um recurso coesivo.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: a) A informação é incorreta. O problema não ocorre só em favelas ou periferias. b) O autor escolhe as palavras sem se preocupar com seu sentido real. Sugerimos correções em verde. Corroborar é um verbo transitivo direto e tem duplo significado, um dos quais não cabe no contexto. O governo não resolve o problema não por desinteresse, mas por incapacidade. Figurar não é o verbo adequado no contexto e é transitivo indireto. O autor não está falando de uma sociedade indeterminada, mas da sociedade brasileira. Baterem de frente é uma expressão coloquial.
2) Segundo parágrafo: a) a legislação brasileira já faz a distinção entre usuário e traficante. b) o autor cita os exemplos de Portugal e Holanda sem conhecer ao certo o que ocorreu naqueles países. Por exemplo, na Holanda, é possível comprar até cinco gramas de maconha em alguns poucos Coffee shops, somente nas grandes cidades holandesas. Igualmente, nem na Holanda, nem em Portugal, nem no Uruguai, o governo assumiu a distribuição de maconha. c) O tráfico não é um exemplo de terceirização. Terceirização é algo totalmente diferente do que o autor pensa.
3) Quarto parágrafo: a) os usuários de drogas não formam uma classe social e nem pertencem exclusivamente a uma classe social. b) Campanhas de conscientização sobre os malefícios das drogas já foram feitas muitas vezes, mas não se revelaram muito eficazes.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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