Amar ao próximo: a regra e a exceção
O Brasil é um país influenciado em sua cultura pela culinária e religião africana. Quando chegaram, os escravos trouxeram consigo seus deuses e sua religião. E assim como os indígenas que já habitavam essa terra, aceitaram que outras culturas tivessem seus próprios deuses e foram julgados pela diferença do seu credo.
As religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbamda Umbanda, vêm sendo alvo da intolerância religiosa por parte de pessoas que creem na existência de um único Deus. Muitas vezes essa passa de apenas críticas aos dogmas de outra religião a agressão verbal e física às pessoas com uma crença diferente da que acreditam ser a correta.
Foi assim, quando em 2014 em 2015 Kaylane Campos e outras sete pessoas foram apedrejadas por dois homens - que estavam em uma parada de ônibus e usavam bíblias Bíblias sob os braços - enquanto voltavam de um evento religioso.
Em 2014 houve uma diminuição nos casos de intolerância religiosa, que têm como Rio de Janeiro e são Paulo como principais estados onde foram detectadas esse tipo de agressão.
Mas, mesmo com a diminuição ocorrida no número de casos referentes a esse tipo de crime, o Brasil está longe de acabar com esse mal mal, que veio junto com os colonizadores e que queimava e castigava queimavam e castigavam o indígena por não nascer sabendo que só existe um deus.
Finalmente, a intolerância religiosa no Brasil é tão grande quantos os anos que possui e vem camuflada como um falso amor ao próximo, onde amar é a regra e a religião é a exceção.
Comentário geral
Texto muito fraco. Não é uma dissertação, mas uma série de declarações avulsas sobre o tema, algumas das quais são paráfrases mal redigidas das informações da coletânea. Há equívocos conceituais e dificuldade de expressar fatos com clareza e precisão.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: a) A cultura brasileira foi influenciada em diversos aspectos pela cultura dos negros africanos que para cá foram trazidos como escravos. Restringir isso à culinária e à religião é um disparate, não só por não serem esses os únicos aspectos da influência africana, mas porque se trata de dois fenômenos tão diversos que é absurdo enumerá-los como se estivessem numa mesma categoria, como se religião e culinária fossem fenômenos de igual natureza. b) A história é muito mais complexa do que dá a entender essa firmação sobre o fato de os índios e os negros aceitarem os deuses do colonizador, até porque o colonizador era monoteísta.2) Segundo parágrafo: a) Há três religiões monoteístas: o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo. Todas elas se subdividem em seitas, as quais muitas vezes têm conflitos entre si. O problema da intolerância religiosa no Brasil não é propriamente um debate entre monoteísmo e politeísmo, como o primeiro trecho do parágrafo assinalado em vermelho e sublinhado dá a entender. b) O uso do pronome essa é incorreto e não deixa claro se o autor quer se referir à intolerância ou as pessoas intolerantes. A ambiguidade piora quando o autor usar o verbo acreditar no plural, sem deixar claro qual é o seu sujeito.
3) Terceiro parágrafo: a) ao falar em 2014, o autor dá a entender que nem sequer sabe em que ano estamos. b) Não se usa uma Bíblia como se usa um casaco ou um boné. Então, as pessoas não usavam Bíblias debaixo do braço. Elas traziam, levavam, carregavam, portavam, transportavam, enfim, há muitos verbos que explicam claramente o que elas estavam fazendo com as Bíblias, mas elas não estavam usando, ao menos não naquele momento.
4) Quarto parágrafo: é uma paráfrase confusa das informações da coletânea e o autor não articula as informações com as outras para tentar formar um raciocínio.
5) Quinto parágrafo: além dos erros de concordância, a informação é incorreta em termos históricos. Pode-se criticar a catequese praticada pelos jesuítas na época da colonização, mas ela não era feita por meio de violência física. Pelo contrário, os religiosos enfrentavam os colonizadores para tentar evitar a escravidão indígena. Os textos do padre Antônio Vieira, um dos grandes nomes da literatura brasileira, comprovam isso.
6) Sexto parágrafo: o aluno tenta produzir um efeito literário para dar um gran finale ao texto, mas não funciona, por não ficar claro o motivo de amar ser a regra e a religião a exceção.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
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