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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Janeiro/2017 Somos todos corruptos?

Redação corrigida 350

Brasileiros, essencialmente corruptos!

Inconsistente Erro Correção

Acredito que a corrupção, apesar de estar em discussão nos tempos atuais, existe desde quando o ser humano começou a trocar “troços”. A ambição do ser humano o torna corrupto. O corrupto existe em qualquer lugar do mundo, em qualquer classe social. A situação atual do Brasil é reflexo de uma atitude comum à maioria dos brasileiros: a vontade de levar vantagem em tudo.

A evolução humana – da troca de troços às grandes transações econômicas e financeiras - proporcionou disputas principalmente por dominação de territórios, o que levou o homem a deter cada vez mais poder e dinheiro. O homem se torna corrupto ao longo do tempo, ele quer sempre mais, quer tirar vantagem, não importa a grandeza da coisa. Daí a diferença entre o corrupto da classe alta e o da classe baixa, o primeiro se deixa corromper por muito, o segundo, por pouco. A maioria dos brasileiros possui atitudes desonestas. A operação lava-jato Lava Jato é um grande exemplo da desonestidade de políticos brasileiros – valores altíssimos desfalcados dos cofres públicos. A máfia do tráfico de entorpecentes, do grande ao pequeno – dinheiro fácil, em troca de um mal para o país. Brasileiro sonega impostos, utiliza carteirinha falsa na compra de ingressos, compra CNH – Carteira Nacional de Habilitação, faz hora no trabalho para ganhar horas extras, contribui para a expansão da pirataria, não respeita vagas para pessoas com deficiência e idosos, oferecem o famoso “cafezinho” para uma autoridade... o rapaz do caixa dá um valor a mais em troco e o brasileiro finge que está tudo certo e comemora a “sorte do dia”. A malandragem existente em nossa cultura pode fazer com que a “lei do mais esperto” transforme tudo em uma bola de neve.

O brasileiro está realmente acostumado a cometer deslizes morais e éticos e talvez nem perceba quando está corrompendo ou sendo corrompido. Isso é o que vai sendo passado para as próximas gerações. É preciso que as famílias brasileiras, honestas, insistam na educação de seus filhos, exercitando atitudes honestas, mostrando que hoje vivemos uma realidade dura, fruto da desonestidade vivida ao longo do tempo.

Comentário geral

Texto fraco, com problemas pontuais graves, um dos quais afeta o conjunto. O autor não estabelece relações entre as afirmações que vai fazendo, do começo ao fim do texto. Ele basicamente justapõe declarações sobre a corrupção, seja em geral ou no caso brasileiro. Há muitos trechos obscuros e confusos. Para não falar em equívocos conceituais. A generalização sobre os brasileiros beira o estereótipo e o preconceito.

Aspectos pontuais

1) O título não é uma exclamação e o ponto de exclamação nele empregado não tem nenhuma razão gramatical ou linguística para estar ali.

2) Primeiro parágrafo: a) o autor começa muito mal. Não é porque a corrupção está sendo muito discutida hoje que ela seria um fenômeno recente. Não é o fato de qualquer coisa ser discutida hoje que vai ajudar a datar o fenômeno. b) A expressão trocar troços parece piada. Não se sabe se o autor quer ou não fazer graça com ela. Mas é recomendável, numa dissertação, privilegiar uma linguagem séria. Antes ele tivesse falado em trocar coisas. c) Ambição não implica obrigatoriamente corrupção, nem a define. É possível ser ambicioso sem ser corrupto. Pode-se, sim, falar numa ambição excessiva, que não respeita as normas éticas. É o caráter imoral e ilegal que define se uma pessoa é ou não corrupta.

3) Segundo parágrafo: a) é desproporcional aos outros. b) Mais troca de troços (sem aspas dessa vez) para datar uma época remota na história da humanidade, só que, se numa época o homem trocava troços, é porque não existia o dinheiro. De resto a generalização reducionista da história demonstra mais ignorância do que conhecimento. c) Ao falar que o homem se corrompe ao longo do tempo (ou da história), o autor fala o mesmo que disse nas linhas anteriores, dessa vez fazendo uma generalização plenamente aceitável. d) É difícil acompanhar o raciocínio do autor, pois ele não estabelece relações claras entre as declarações que faz. e) A frase sobre a máfia dos entorpecentes não se enquadra na sintaxe do parágrafo e ela mesma não tem sintaxe. f) O parágrafo se encerra com uma frase obscura. O que exatamente o autor está afirmando com ela?

4) Terceiro parágrafo: a) qual a diferença entre um deslize moral e um ético? O autor não diz, mas deixa claro que considera os termos diferentes entre si. B) O parágrafo todo é mal escrito. O que o autor quer dizer é que os brasileiros estão tão acostumados à corrupção que são incapazes de perceber quando ela ocorre ou não. As manifestações recentes desmentem essa afirmação.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 100
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 100
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 50
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 50
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 50
Nota final 350

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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