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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Abril/2016 Impeachment: a presidente deve perder o mandato?

Redação corrigida 950

Contra [a] corrupção?

Inconsistente Erro Correção

No ano de 2014, o Brasil parou como para em todo ano de eleição, principalmente quando chegou o momento do segundo turno, onde em que os brasileiros tiveram que escolher entre Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e Dilma Rousseff, do Partido dos Trabalhadores (PT). O país ficou tão dividido que poderia ser facilmente comparado à URSS e Estados Unidos nos anos da Guerra Fria. A presidenta Dilma, saiu Dilma saiu vitoriosa de uma disputa acirrada e lendária, levando o PT para mais quatro anos na presidência do Brasil.

Quase dois anos depois da eleição, começaram os protestos pró-impeachment. Brasileiros – a maioria de elite – foram às ruas exigir a saída da presidenta, em um movimento contra a corrupção. Em resposta, a parte do país que não concordava com tal situação foi às ruas em defesa da democracia, pois o Impeachment impeachment não passa de um golpe. O Brasil é um país democrático, logo, Dilma ganhou democraticamente, mas seguindo as ideias de Platão, não é porque a maioria decidiu algo que isso passa a ser certo. Então novamente têm-se o país dividido em dois: aqueles que acreditam que a presidenta tem que sair do poder, e aqueles que, por ela ter sido escolha de muitos brasileiros, defendem que o governo deve continuar sendo dela.

O que é fato – e contra fatos não há argumentos – é que o partido atual fez muito pelo país. Protestos contra a corrupção não devem ser partidários, se o brasileiro quer lutar para que haja políticos honestos, não tem que ignorar partido, o que vale para um tem que valer para todos. Além do mais, nos atos contra a presidenta, muitas pessoas apresentavam opiniões misóginas, dizendo que o país estava um caos porque era governado por mulher, entre outras falas ofendendo todo o gênero feminino.

Dilma é, portanto, a única que pode ficar na presidência. Quem deseja o PT longe do governo deve aguardar calmamente o ano de 2018, quando uma nova eleição acontecerá. Enquanto esse ano não chega, a mídia poderia parar de alienar os telespectadores, tornando-se totalmente imparcial. Poderiam mostrar na televisão atos bons e ruins de todos os políticos, sem bajular ou culpar totalmente um único partido, pois o papel do jornal é mostrar a notícia, a opinião cada um cria.

Comentário geral

Independentemente de se concordar com as ideias do autor, o texto, enquanto dissertação, é primoroso, muito bem escrito mesmo, com poucos erros, de caráter insignificante. Por outro lado, quando se considera o conteúdo, há inconsistência na argumentação: o autor apresenta opiniões sem justificá-las com fatos e reproduz um discurso que é fundamentalmente ideológico, quase uma peça de propaganda do governo. Exclusivamente por isso, fizemos observações sobre os trechos em vermelho e retiramos meio ponto da nota da competência 3.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: a) a comparação é um flagrante exagero. O Brasil não vive uma guerra (fria) civil. Mesmo dividido, nenhum dos lados dos brasileiros seriam capazes de levar nem o país nem o mundo a uma hecatombe nuclear, o que foi o caso no conflito entre os EUA e a URSS. b) Lendária? A eleição não foi, pois aconteceu, e nem será uma lenda, pois não há de se transformar numa espécie de referência quase mitológica da história. Talvez, o autor quisesse dizer uma disputa acirrada e épica.

2) Segundo parágrafo: a) Há pesquisas mostrando que a rejeição ao PT e a Dilma é majoritária em todas as regiões e classes sociais. Basta fazer uma pesquisa rápida na internet. Por isso, taxar a população contrária ao impeachment de elite é opinião que tem fundamento nas simpatias do autor e não nas estatísticas conhecidas. b) O autor tem todo o direito de dizer que o impeachment não passa de um golpe, mas tem de dizer em que fatos se baseia para fazer essa afirmação. Não passa de golpe por quê? O leitor é obrigado a acreditar nisso baseado somente na opinião do autor, que reproduz o discurso oficial do PT? É óbvio que não.

3) Terceiro parágrafo: a) não interessa se concordamos ou não com o autor, mas, se diz que o PT fez muito pelo país, ele precisa dar exemplos concretos para tornar sua opinião convincente. b) Esse argumento da misoginia é muito discutível. Há registros disso? Onde o autor os viu? Por que não os citou textualmente?

4) Quarto parágrafo: pobre mídia, que é sempre acusada, seja pela esquerda, seja pela direita, de favorecer o adversário que quem a avalia. Detalhe: mais uma vez, o autor afirma que a mídia aliena os telespectadores, mas não dá nenhum exemplo concreto. Ou seja, faz acusações, mas não apresenta provas.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 200
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 200
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 150
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 200
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 200
Nota final 950

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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