REDAÇÕES CORRIGIDAS - Agosto/2015 Forma física, corpo perfeito e consumismo
Corpolatria
A busca incessante pelo corpo perfeito remonta à Antiguidade e, também, vem ganhando destaque na atualidade. Esse fenômeno, conhecido como corpolatria, é resultado de uma sociedade narcisista e altamente influenciável pela mídia que, por sua vez, impõe um rígido padrão de beleza e aceitação social. Tal padrão funciona como uma ferramenta de discriminação social e pode gerar riscos à saúde, o que justifica, portanto, a necessidade de repensar os limites da vaidade.
Desde a Grécia Antiga, o culto ao corpo tornou-se uma questão tão importante que originou até uma competição grandiosa: os Jogos Olímpicos de Atenas. Nessa competição, o vigor físico e a perfeição corporal tornaram-se critérios de beleza, da mesma forma que, no mundo contemporâneo, essas características são usadas como sinônimos de “status” e, até mesmo, vantagem profissional.
No âmbito profissional, as empresas contratantes usam a aparência como critério de seleção de candidatos, além de controlarem, em excesso, a aparência dos funcionários. Isso ocorre porque as empresas temem que a aparência dos funcionários seja associada, negativamente, aos produtos e serviços oferecidos seus produtos e serviços. Essa cobrança ajuda a explicar as recorrentes intervenções cirúrgicas e outros procedimentos para fins estéticos.
O Brasil, por exemplo, ocupa a segunda colocação no “ranking” mundial de cirurgias plásticas, o que revela a obsessão brasileira pela beleza. Mesmo que os procedimentos estéticos possam melhorar a autoestima de homens e mulheres, vale ressaltar que grande parte desses procedimentos pode causar danos irreparáveis ao corpo e, sobretudo, à mente. Então, é preciso lembrar que o homem deve servir-se do corpo e não servir ao corpo corpo, como é comum em uma sociedade alienada pela indústria da beleza.
Fica evidente, portanto, a necessidade de estabelecer limites à vaidade excessiva através dos meios de comunicação que, em vez de exibirem propagandas de incentivo à magreza e musculação, poderiam divulgar treinos e dietas saudáveis, de fato. Outro fator importante é punir legalmente empresas que discriminam funcionários em função da aparência. Dessa forma, a saúde ocupará o primeiro plano plano, em vez da obsessão pelo físico.
Comentário geral
Texto ótimo, bem escrito, bem estruturado, sem erros significativos, exceto algumas questões pontuais a ser comentadas a seguir.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: cabe perguntar se o vem ganhando é o tempo verbal adequado. Seria, se ele estivesse seguido por um cada vez mais.
2) Segundo parágrafo: os Jogos da Antiguidade grega eram realizados em Olímpia, não em Atenas.
3) Terceiro parágrafo: a) Reescrevendo a frase para não repetir três vezes a palavra aparência. No âmbito profissional, as empresas contratantes usam a aparência, como critério de seleção de candidatos, além de a controlarem em excesso por temerem que a imagem dos funcionários seja associada a seus produtos e serviços. b) É um argumento discutível o de que as pessoas recorrem aos procedimentos para melhorar o corpo por razão profissional. Aparentemente, é a vaidade pessoal que fala mais alto.
4) Quinto parágrafo: em vez de falar em magreza e musculação, que não transmitem a ideia exata que o autor quer passar, ele podia ter usado a expressão perfeição física, que é bem mais abrangente.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
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