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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Junho/2017 Internação compulsória de dependentes de crack

Redação corrigida 750

Cracolândia: o retrato da pobreza

Inconsistente Erro Correção

Desde a origem do crack na década de 1970, muitos países já sofreram uma epidemia com essa dessa droga. O Brasil não é diferente e está passando por problemas com as chamadas cracolândias. Tentando mascarar o problema, a prefeitura de São Paulo aposta na internação compulsória para as cracolandias carcolândias desaparecerem do mapa. Apesar da iniciativa, o verdadeiro problema tem raizes raízes profundas na sociedade brasileira.

O Brasil é um dos países que mais consome crack no mundo, e mundo e essa fuga da realidade descende dos problemas sociais enraizados nesse país aqui enraizados. Segundo o neurocientista Carl Hart, a desigualdade social é um dos principais motivos para o consumo da droga, fato que concorda com a pesquisa da Fiocruz onde que afirma que 80% da população na Cracolândia tem têm pele escura.

A internação compulsória não soluciona o problema, sendo apenas uma forma de exclusão social onde em que se elimina o indesejável tentando apontar o problema apenas no vicio vício. Alguém com dependência química não deve ser excluido excluído, mas reajustado na sociedade com uma nova proposta de vida, algo que o faça trocar o crack, como uma carreira, família ou uma paixão.

A violência e repressão da internação compulsória, mesmo que justificada, não tem poder para acabar com a Cracolândia cracolândia, programas de reinstalação social com psicólogos para usuários seriam eficazes nos casos menos agressivos. Nos casos de dependência critica crítica, com probabilidade de suicídio suicídio, a internação é justificada. Em todos os casos todo o caso, a família é importante como uma forma de apoio. Controle do tráfico e anúncios sobre os riscos do vício podem refrear novos casos. Além de tudo, a construção de uma sociedade com menos desigualdades podem pode levar o retrato da pobreza a pobreza a diminuir gradualmente, contribuindo para um Brasil melhor no futuro.

Comentário geral

 

Texto bom, prejudicado pelo fato de o autor querer reduzir o problema a seu aspecto socioeconômico. Claro: o problema também tem raízes na pobreza, nas desigualdades sociais, mas há os aspectos biológicos, psicológicos, psicossomáticos que não podem ser simplesmente descartados e o autor tem consciência disso, o que se vê quando ele fala em internação compulsória justificada. Vale a pena comparar este texto à redação “Crack: o filho do estatismo”, que, por uma perspectiva oposta, também reduz o problema ao sistema econômico, só que de um modo ainda mais radical. No aspecto reducionista, contudo, ambos os textos se equivalem em natureza, apresentando apenas diferença de grau. Fora essa questão, no entanto, aqui temos um texto com muito mais méritos, em termos de linguagem e estrutura, que poderia ter uma nota ainda maior não fosse outros problemas específicos, que veremos a seguir.

 

Aspectos pontuais

 

1) O título resume a tese do autor, bem como seu caráter equivocado. Segundo essa tese, a causa da cracolândia é exclusivamente a pobreza. Mas, se fosse só isso, a cracolândia seria muito maior, pois o número de pobres no Brasil é bem maior do que o de usuários de crack

2) Primeiro parágrafo: a) a tentativa não foi de mascarar, de esconder o problema, pode ter sido uma tentativa equivocada, autoritária, etc. Mas não escondeu o problema, antes o expôs ainda mais. b) O problema tem raízes na desigualdade social, sim, mas isso não tem nada que ver com a iniciativa de ação na cracolândia. O problema não ocorre apesar da iniciativa.

3) Segundo parágrafo: a) para evitar a repetição países/país, sugerimos em ver de o aqui. b) O que exatamente o autor chama de fuga da realidade? O uso do crack ou o fato de o Brasil ser o maior consumidor? A expressão ficou ambígua. c) Desigualdade social não se refere exclusivamente à cor da pele, mesmo no Brasil. A relação entre os dois problemas foi mal estabelecida pelo autor. Um fato não concorda com o outro. Melhor seria dizer que um fato complementa o outro, reitera o outro.

4) Terceiro parágrafo: a) Internação compulsória não é eliminação de dependentes. b) A internação compulsória não é uma forma de reduzir as causas do problema ao vício. E é claro que a dependência (ou vício) é parte essencial do problema. Há espaços públicos para consumo de drogas em países ricos, assim como não os há em países pobres. Na ânsia de reduzir o problema à questão socioeconômica o autor quer excluir os aspectos neuropsicológicos e psicossomáticos e é aí que ele incorre num raciocínio simplista.

5) Quarto parágrafo: a) reinstalação social com psicólogos e casos menos agressivos são expressões ambíguas, vagas que não deixam claras as ideias do autor. b) O controle do tráfico implica ações repressivas e policiais, que o autor já condenou anteriormente, incorrendo numa contradição. A menos que ele ache que o controle pode ser feito pela descriminalização das drogas, o que ele não diz. c) A propaganda pode ajudar, sim, mas tem mostrado pouca eficiência até o momento.

 

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 150
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 200
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 150
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 150
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 100
Nota final 750

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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