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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Dezembro/2018 Epidemia alimentar: sobrepeso e obesidade

Redação corrigida 380

Dois pesos; duas medidas

Inconsistente Erro Correção

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "modernidade líquida" vivida no século XX. Com isso, a epidemia alimentar, quando se refere ao sobrepeso e à obesidade, seja por discriminação social, seja por falta de instrução alimentar, reflete essa realidade.

É indubitável que o governo federal Governo Federal, bem como as aplicações de leis esteja estejam leis, entre as causas do problema. De acordo com Aristóteles, a política deve ser utilizada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado na sociedade. De maneira análoga, é possível perceber que, no Brasil, a discriminação social contra indivíduos que sofrem de distúrbios alimentares - os chamados "gordinhos" -, rompe essa harmonia, haja vista que, embora existam grandes avanços em projetos de leis, há lacunas que permitem a ocorrência dos crimes, como as muitas vítimas que sofrem por não ter acessibilidade adequada nos transportes públicos coletivos. Desse modo, evidencia-se a importância do esforço da regulamentação como forma de combate à problemática.

Outrossim, destaca-se a falta de educação alimentar como elemento marcante ou impulsionador da dessa epidemia alimentar. Segundo Paulo Freire, se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que a inexistência instrucional alimentar pode ser encaixada na teoria do filósofo, uma vez que, se a família, que é a grande responsável por gerir e formar o indivíduo, não ensinar a sua descendência bons hábitos alimentares, a tendência é a pessoa ser influenciada a adotar o mesmo comportamento. Assim, enquanto existir a mentalidade de que a escola é responsável por 100% de todo o ensino que pode ser transmitido para uma criança, o problema continuará se agravando no Brasil.

O combate à liquidez citada inicialmente, a fim de conter o avanço da epidemia alimentar, deve torna-se efetivo uma vez que a discriminação social e a falta de educação alimentar continuam intrinsecamente ligada ligadas à realidade do país. Sendo assim, desde que haja parceria entre governo, comunidade e família, será possível amenizar o sobrepeso e a obesidade, construindo uma sociedade mais fiel aos princípios fundamentais da constituição Constituição.

Comentário geral

Infelizmente, o texto é insuficiente: apesar de relativamente bem escrito (sem grandes problemas gramaticais), em termos de conteúdo o autor faz uma grande confusão entre fatos e conceitos, de modo que sua compreensão efetiva do tema é duvidosa, assim como suas reflexões sobre ele. Na ânsia de exibir conhecimentos, o autor cita diversos autores e teorias, mas não consegue relacioná-los com as ideias que expressa, de modo que as citações são gratuitas e acabam não servindo como elementos da argumentação.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: não há uma relação evidente entre a "modernidade líquida" de Bauman e a epidemia de sobrepeso e obesidade. Cabe ao autor explicar como essa relação se dá. Não é suficiente dizer que há uma relação entre as duas coisas. Ainda que retome o conceito de modernidade líquida no final, o autor não demonstrou a relação que, na verdade, nem chega a ser sua tese nesse parágrafo introdutório.

2) Segundo parágrafo: Acusar o Governo federal pela epidemia de obesidade porque ele não segue princípios aristotélicos chega a ser surrealista. O mesmo se pode dizer sob a discriminação social contra aqueles que o autor chama ingenuamente de "gordinhos". Tentando transformar a epidemia num problema exclusivamente sóciopolítico, o autor se esquece de vários fatores diretamente ligados à epidemia: o ritmo de vida na sociedade moderna, os maus hábitos alimentares adquiridos, a propaganda e o marketing, etc. De resto, o que o autor propõe como regulamentação? Que o governo diga quais alimentos a população deve ingerir? Que se cobrem taxas e impostos sobre os fabricantes de hambúrgueres? Que se crie um decreto obrigando a população ao vegetarianismo?

3) Terceiro parágrafo: o que era de responsabilidade governamental no parágrafo anterior passou a ser responsabilidade familiar nesse parágrafo, com base em... Paulo Freire, que, como pedagogo, teorizava para educadores e professores, sobre o ensino na escola, e em cuja época o problema alimentar era outro: a fome.

4) Quarto parágrafo: combater a "modernidade líquida" resolverá o problema do excesso de peso? Como? Acabar com a falta de educação alimentar e com a discriminação dos "gordinhos" é uma forma de combate à "modernidade líquida"? E, se o problema era governamental e familiar, qual o papel da comunidade (que comunidade?) nisso? Por fim, combater o sobrepeso e a obesidade é uma obrigação constitucional? Certamente não foi isso que o autor quis dizer, mas seu modo ambíguo de escrever dá margem a essa interpretação.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 120
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 80
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 80
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 80
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 20
Nota final 380

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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