REDAÇÕES CORRIGIDAS - Julho/2018 Por que os jovens querem deixar o Brasil?
Formandos em crise
No Brasil, diante da turbulência na economia e na política, segundo pesquisa do Datafolha, 62% dos jovens almejam emigrar em busca de condições favoráveis para construírem suas histórias satisfatoriamente. Tais jovens que desejam emigrar, em sua maioria, pertencem as às classes A e B, e já concluíram ou irão concluir o ensino superior, o que do que se depreende a falta de investimento no que tange o governo e a falta de apoio por parte do mercado de trabalho para com os jovens formandos.
Pode-se mencionar, por exemplo, como um fator desanimador aos jovens, o fim do programa Ciência sem fronteiras Sem Fronteiras, que promovia a inserção dos estudantes brasileiros em instituições de ensino superior do exterior. Ainda convém lembrar a falta de perspectiva em relação ao futuro do país e os milhares de jovens desempregados. Segundo o Datafolha, 80% dos motoristas da empresa UBER têm curso superior, o que corrobora a falta de investimento do governo e de apoio por parte do mercado de trabalho, mostrando que talentosos formandos são, perceptivelmente, desprezados.
Nota-se que que, no cenário atual, a oportunidade tornou-se escassa, a insatisfação alastrou-se por todos os lados, a qualidade de vida está declinando, proporcionando dessa forma, declinando, o que gera problemas para todos, inclusive aos jovens que ingressam ao no mundo com o desejo de ascender.
Dessa forma, a mídia, como potencial veiculador de informações, debates, dentre outros, deve buscar a máxima aproximação com os vários públicos para conscientizá-la conscientizá-los sobre a atual realidade, fruto de más-gestões más gestões e, como público participativo participativo, a população deve reivindicar por uma uma reforma política que busque melhorar a situação atual em que a falta de investimentos, decorrentes dos desvios que causaram um enorme rombo nos cofres públicos, alastra-se pelo país.
Comentário geral
Texto fraco, em que o autor tenta, de modo confuso, expor os fatos que explicam a tendência à emigração dos jovens brasileiros. Nessa exposição, para piorar, há ambiguidades e redundâncias. A coesão dos três primeiros parágrafos ocorre somente em termos ideias, ou seja, não se faz uso dos recursos linguísticos coesivos, que dariam mais unidade ao texto. O mais grave, porém, é que como os fatos apresentados não são utilizados como premissas, não se extrai deles uma conclusão. Por isso, o autor dá um salto brusco rumo a sugestões de intervenção, no último parágrafo, onde também há equívocos conceituais.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: a) o primeiro trecho em vermelho é retórico demais. A mesma coisa poderia ser dita de forma mais sintética e objetiva. Simplesmente assim: em busca de um futuro melhor. b) Falta de investimentos em quê? A expressão “falta de investimentos”, tal como foi usada, é genérica demais.
2) Segundo parágrafo: a) o exemplo deveria demonstrar a falta de investimento do governo e não o desânimo dos jovens, pois, segundo o autor, esse desânimo é consequência daquela falta. b) A conclusão é incorreta e a questão mais complexa. Nem todo motorista do Uber diplomado virou motorista porque não teve seu talento reconhecido. Pelo contrário, a retração da economia como um todo é o principal motivo da falta de postos de trabalho.
3) Terceiro parágrafo: “desejo de ascender”? Falta um complemento à expressão. Talvez desejo de ascender socialmente, de ascender na vida.
4) Quarto parágrafo: a proposta para a mídia é um tanto quanto enigmática, não fica claro o que a mídia deve fazer. Quanto à participação do público, o problema é exatamente esse, as sucessivas crises políticas e econômicas deixam o público desanimado, mais interessado em buscar uma solução individual, mudando para outro país, do que ficar tentando reformar o Estado brasileiro.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
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