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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Março/2016 Carta-convite: discutir discriminação na escola

Redação corrigida 300

Intolerância contra a intolerância?

Inconsistente Erro Correção

Durante os últimos anos, deu-se início a uma discussão na sociedade brasileira a respeito da discriminação a alguns grupos. Dos quais, grupos, dos quais destacam-se: se os homossexuais e os imigrantes. Por conta disso, vale ressaltar a frase questão do escritor Amós Oz de sobre como solucionar tais casos: “A tolerância deve se tornar intolerante para se proteger da intolerância? ”.

A homofobia consiste na repugnância a à orientação sexual dos homossexuais, bissexuais, lésbicas e transexuais. Tal ódio foi herdado do nosso passado, quando a escravidão no Brasil colonial era livre e os negros eram tratados como seres inferiores, sendo submetidos ao trabalho forçado e sem remuneração. Atualmente, a escravidão no país foi extinta, no entanto, a intolerância persiste contra os gays e lésbicas. De fato, isso deve à falta de ações dentro da escola (onde são formados os cidadãos da sociedade) e pela ausência de leis protetoras aos grupos perseguidos e punição aos acusados.

Atrelado a à discriminação contra os homossexuais, está o xenofobismo (preconceito contra os imigrantes) . Segundo o pesquisador da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Gustavo Barreto, o lema a fama que o Brasil carrega de ser um país hospitaleiro, não hospitaleiro não passa de um mito criado durante o fim da Segunda Guerra Mundial. Tal ato A xenofobia acontece principalmente contra haitianos, angolanos e camaroneses que todos os anos chegam ao Brasil em busca de melhores condições de vida, mas não são tratados igualmente aos brasileiros pela própria mídia e por empresas exploradoras de mão-de-obra mão de obra barata.

De fato, as perseguições a esses grupos persistem em diversas classes sociais e locais do Brasil. Dessa forma, a escola escola, como formadora de cidadãos, deve agir em conjunto com os pais dos alunos para coibir qualquer tipo de ofensa contra as minorias, através de fiscalização desses atos e medidas punitivas aos acusados para solucioná-lo. Embora a escola tenha o seu papel na formação, o Estado, por sua vez, há de proteger aqueles que se sintam acuados, além de julgar e punir no âmbito da lei os crimes cometidos contra a ordem social.

Comentário geral

Em primeiro lugar, o autor simplesmente não levou em consideração a proposta de escrever uma carta-convite. Pelo contrário, tentou fazer uma dissertação sobre o tema, sem relacioná-lo à sua escola em particular, mas à escola de um modo geral, a que acusa de não promover ações contra o preconceito, o que é uma acusação não fundamentada e bastante discutível. Não bastassem esses problemas, que não são pequenos, a argumentação desenvolvida no texto não tem fundamento na realidade histórica: o preconceito racial contra o negro escravo teria se transformado em preconceito em relação ao gênero? De onde o autor extraiu essa tese? Que fatos ou que fontes ele pode citar em defesa desse ponto de vista? No texto não há nenhum, como se sua afirmação fosse ponto pacífico. Além disso tudo, a estrutura do texto também é comprometida pela falta de coesão e de coerência. Alguém que tem preconceito quanto ao gênero é necessariamente xenófobo? Além do fato de xenofobia e homofobia terem como base o preconceito, de que modo elas estão atreladas? O autor não diz.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: por que vale ressaltar a questão levantada por Amos Oz, se o autor da redação não a relaciona com nada do que ele vai dizer depois de apresentar a questão? Ninguém duvida que a questão levantada pelo escritor israelense é importante, mas ela não tem uma resposta evidente. Se alguém apresenta a questão, é obrigatório pelo menos tentar respondê-la. Isso não ocorre no texto.

2) Segundo parágrafo: Para começar, repugnância e ódio não são a mesma coisa. Em segundo lugar, a escravidão não existiu somente no Brasil e muito menos somente no Brasil colonial, já que ela foi abolida durante o Brasil Império. Dizer que o preconceito racial se transformou em preconceito de gênero não tem fundamento. Além do mais, o fim da escravidão não acabou com o preconceito racial. Escravidão é algo muito mais grave do que intolerância. Enfim, a argumentação apresentada não tem validade, pois o autor mistura conceitos, dos quais parece ter uma compreensão equivocada.

3) Terceiro parágrafo: homofobia e xenofobia estão atrelados? De que modo? Exceto o fato de ambos os comportamentos serem baseados em preconceitos, uma pessoa pode ter preconceito contra gays, mas não contra estrangeiros e vice-versa. Falar em igualdade de direitos entre brasileiros e estrangeiros em termos absolutos não faz sentido. Claro que o estrangeiro tem direitos que o simples fato de serem humanos lhes atribui, mas sob o ponto de vista legal, quando se fala em direitos civis e também em deveres, a situação é mais complexa. Acusar a mídia de propagar a xenofobia não parece ter nenhum fundamento na realidade. Fora isso, quem explora mão de obra barata não explora somente estrangeiros, mas brasileiros também. Então, de que modo esse argumento comprova alguma coisa sobre o tema da redação?

4) Quarto parágrafo: a) classe social é um conceito sociológico. Classe local não. É uma expressão que não existe e não faz sentido. b) Digamos que o autor, entre sugerir a discussão e o debate, prefere recorrer à proibição e à punição, o que deixa subentendido um certo autoritarismo de sua parte.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 100
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 0
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 50
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 100
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 50
Nota final 300

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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