REDAÇÕES CORRIGIDAS - Dezembro/2015 Mariana: fatalidade ou negligência?
Mariana meu amor, Mariana por favor...
Seria bom se o título acima fosse para tratar de se referisse a uma música, de a algo alegre, de a uma comemoração, mas não é. Traz a analogia com a Refere-se à tragédia que ocorreu em novembro de 2015 e marcou para sempre a história da cidade de Mariana, em Minas Gerais.
A empresa Samarco foi a autora de um dos piores desastres ecológicos ocorridos no Brasil. Por negligência ou devida indevida fiscalização das estruturas das barragens de rejeitos de minério, não foi capaz de prevenir o rompimento da barragem, desastre que inundou com lama uma cidade inteira, ceifando sonhos de milhares de moradores e vidas dos que não conseguiram escapar a tempo do tsunami de lama.
A fiscalização das barragens não é competência somente da empresa mineradora, mineradora: cabe ao poder público a tutela do meio ambiente, porém nenhum órgão público se pronunciou sobre o desastre. Fato é que as normas de mineração não estavam sendo observadas corretamente, pois caso estivessem o caso fatídico não teria ocorrido.
Aplicar multas milionárias de pouco vai adiantar, se é que essas multas serão pagas, ou proteladas até serem anistiadas em quase sua totalidade, ficando tudo como está.
Na verdade o descaso é tão grande que o poder público não sabe como lidar com o problema, problema: em um jogo de empurra-empurra, o Ibama joga para agência nacional de águas a responsabilidade para a Agênica Nacional de Águas, que por sua vez joga culpa departamento nacional de produção mineral Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), mas no fundo essas instituições sequer sabem qual o material que está contaminando a água e o solo.
O pior já aconteceu, agora vamos ver qual providência será adotada pelo poder público para evitar futuros rompimentos, já que a probabilidade de acidentes é bastante elevada, basta lembrar que as barragens de Santarém e Fundão eram consideradas de baixo risco.
Comentário geral
Texto bom, que, no entanto, é divagativo demais. O autor mais parece estar escrevendo uma crônica do que uma dissertação, o que vale principalmente para o título e o primeiro parágrafo que a ele se relaciona diretamente. De qualquer modo, em meio às divagações, o autor apresenta sua resposta à questão proposta no tema e dá a entender que a negligência e o descaso, tanto da mineradora quanto das autoridades, são as causas do desastre. Diga-se ainda que faz isso numa linguagem adequada e correta, em que o tom informal não chega a constituir um problema, nem um autêntico desvio em relação à norma culta.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: a expressão traz a analogia é imprecisa e não deixa claro o fato que é simplesmente o título se referir à tragédia de Mariana. O título não é análogo à tragédia. De resto, a ideia de apresentar um título, digamos assim, poético para contrastá-lo com a realidade foi sem dúvida um recurso expressivo bem utilizado.
2) Segundo parágrafo: a rigor, não foi toda a cidade de Mariana e nem o desastre se limitou à região de Mariana, chegando até o Espírito Santo e o oceano Atlântico.
3) Terceiro parágrafo: os órgãos públicos se pronunciaram, sim, sobre o problema, tanto que o autor fala a seguir do empurra-empurra entre eles. O que os órgãos públicos não fizeram foi fiscalizar corretamente e, até agora, apresentar a causa concreta do rompimento da barragem.
4) Sexto parágrafo: esperar providências não é propor uma solução ao problema, como exige a competência 5. No entanto, o final merece uma pontuação pois é coerente com o tipo de reflexão que o autor conduziu ao longo do texto.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
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