REDAÇÕES CORRIGIDAS - Março/2016 Carta-convite: discutir discriminação na escola
Não à homofobia
A toda a comunidade escolar,
Indignados com a agressão sofrida pelos alunos José da Silva e João Costa, por andarem de mãos dadas no pátio de nossa escola, nós, alunos do último ano do ensino médio, vimos por meio desta convidar alunos, professores, pais e outros membros de nossa comunidade escolar, para se reunirem na próxima segunda-feira, às 18 h, na quadra da escola, com o objetivo de discutir não só o ocorrido, como também uma estratégia para que atos de natureza deplorável como esse não se repitam por aqui.
Todos os alunos desta escola têm direito ao respeito por parte de seus colegas, independentemente de sua posição social, de sua raça ou de sua preferência sexual. Em especial neste último caso, trata-se de uma orientação ou tendência de caráter íntimo e pessoal, que diz respeito somente a quem a possui. Ninguém é obrigado a seguir essa mesma tendência, se não a tem, mas isso não lhe dá o direito de julgar, condenar e usar de violência, verbal ou física, contra quem a segue.
Por isso, o assunto precisa ser discutido por todos e a sua presença na reunião é muito importante. Em primeiro lugar, para tentar esclarecer os preconceituosos e bullies sobre as diferenças que existem e precisam ser respeitadas em nome de um convívio saudável e pacífico na comunidade escolar. Em segundo lugar, para mostrar a eles que a maioria dos alunos de nossa escola não compactua com atitudes discriminatórias e violentas, de modo que exigiremos punições aos responsáveis da diretoria da escola e de todas as autoridades escolares, caso persistam nessa disposição.
Sem mais para o momento e enfatizando a importância da participação de todos, encerramos esta mensagem com as palavras do escritor Augusto Cury, que tão bem expressa o que desejam todos os que assinam esta carta-convite: “Ser feliz não é ter uma vida perfeita. Mas usar as lágrimas para irrigar a tolerância. Usar as perdas para refinar a paciência. Usar as falhas para esculpir a serenidade. Usar a dor para lapidar o prazer. Usar os obstáculos para abrir as janelas da inteligência”.
Comentário geral
Texto muito bom, que cumpre rigorosamente todas as exigências da proposta. O autor se põe na situação sugerida pelo tema, isto é, diante de um ato de discriminação em sua escola e, a partir daí, redige efetivamente uma carta-convite, em tom argumentativo. No primeiro parágrafo, ele introduz a situação-problema e faz o convite aos destinatários. Nos dois parágrafos seguintes, expõe argumentos contrários à discriminação e à violência, bem como a favor da tolerância e do respeito à alteridade, para construir um convívio pacífico na escola. Posicionando-se contra a homofobia, além de expor seus argumentos, o texto ainda cobra das autoridades escolares as medidas punitivas para uma eventual reincidência de alunos em comportamentos preconceituosos e violentos. Além disso, insiste na importância da iniciativa e, para fechar a carta de um modo inspirador, faz uma citação coerente com o teor de suas reflexões. Finalmente, além da estrutura correta e da argumentação sólida e pertinente, o texto também se revela correto em termos de gramática e do uso da norma culta. Por tudo isso, a avaliação não pode deixar de ser positiva e de atribuir a nota máxima a essa redação.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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