REDAÇÕES CORRIGIDAS - Novembro/2018 A onda conservadora e o Brasil nos próximos anos
O que falta ao Brasil para prosperar?
O Brasil sempre é citado como um país do futuro: possui proporções continentais, clima predominantemente tropical, solos ricos em nutrientes e localização geográfica que não costuma ser afetada por fenômenos naturais devastadores. Contudo, apesar de tão favorecido pela natureza, ainda não embalou o desenvolvimento prometido pelo seu potencial. A que se poderia atribuir tal fato?
As eleições têm caráter obrigatório no país: é dever do cidadão exercer este esse direito. Porém, ainda assim, verifica-se o desinteresse da população através dos altos índices de abstenção. Um dos fatores contribuintes é o próprio cenário político: a cada ano surgem mais partidos, muitas vezes compostos por candidatos já conhecidos e que defendiam posições antagônicas, mas, em algum momento, perceberam que poderiam conciliar seus interesses. Com isso, os partidos já não têm mais uma identidade marcante e o eleitor enfrenta dificuldades para se sentir representado.
Entretanto, dada a história política brasileira recente, em que houve cassações e políticos poderosos foram acusados e condenados por atos de corrupção, é de se esperar que a população anseie por renovações. Educação, saúde, segurança e emprego estão sempre em pauta como problemas que requerem atenção e os grandes partidos que se alternaram no poder, nos últimos anos, não promoveram grandes evoluções, senão nos patrimônios de seus integrantes.
É por se encontrar neste nesse impasse de promessa não cumprida que o Brasil chegou às polarizações apresentadas à polarização apresentada em 2018. Embora o partido mais conservador tenha sido eleito, o percentil que representa a oposição é muito expressivo. Por isso, não cabe falar na existência de uma “onda conservadora”, mas sim de uma população que necessita de soluções.
Assim, o que se precisa agora é que o eleitor satisfeito não se acomode: cobre pela implementação das propostas que conquistaram seu voto. E o que se decepcionou com os resultados também se mantenha participativo na busca por melhorias. O país somente poderá prosperar quando sua população se mantiver motivada e engajada em sua vida política.
Comentário geral
Texto muito bom. Tudo que foi assinalado em verde ou vermelho não são nem erros nem desvios, apenas pontos que vale a pena comentar, no sentido de ajudar o autor a aprimorar-se. Independentemente disso, a redação é um exemplo de dissertação argumentativa, tanto em termos de argumentação, quanto de coesão e coerência. O autor introduz um problema no primeiro parágrafo, discute-o com pertinência nos três parágrafos seguintes e extrai uma conclusão. É simplesmente isso que se espera de uma dissertação argumentativa de um aluno do ensino médio. Qualquer coisa que vá além disso pode tornar a redação melhor, mas o que foi apresentado já é suficiente para chegar à nota máxima.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: “Embalado”? É mais objetivo dizer que o país ainda não atingiu, não obteve, não alcançou o desenvolvimento prometido.
2) Segundo parágrafo: a) um dever, a rigor, não é um direito. Se o autor pretende mostrar que o voto é ao mesmo tempo um direito e um dever, ele deve deixar isso explícito e não simplesmente afirmar que cumprir um dever é exercer um direito. b) O problema mais grave da redação está aqui: além do grande número de partidos, há outros problemas. Mas, independentemente disso, o autor se expressa de um modo muito confuso. O que o autor quer destacar é a falta de consistência ideológica dos políticos e de seus partidos.
3) Terceiro parágrafo: existe a palavra “percentil”, mas aparentemente o autor quer dizer “percentual”.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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