REDAÇÕES CORRIGIDAS - Setembro/2017 Como melhorar a educação, sem valorizar o professor?
Professor: o protagonista de nossa educação
No Brasil, em uma típica sala de cursinho pré-vestibular, é possível observar uma quantidade expressiva de jovens interessados em cursar engenharia, direito, administração etc. Se o curso for medicina então, o número triplica. Todavia, tem-se um número quase nulo de aspirantes à carreira de professor. Tal fato representa o cenário de menosprezo e desvalorização vivido e enfrentado por inúmeros professores.
Em um primeiro momento, há uma inclinação natural em tentar atribuir esta essa diminuição de prestígio experimentada pelos educadores aos baixíssimos salários por eles recebidos. Todavia, verdade seja dita. Embora dito: embora exista uma evidente supervalorização do status financeiros status e da remuneração que cada profissão pode proporcionar, dizer que o declínio do apreço dos professores está relacionado tão somente a aspectos pecuniários seria o mesmo que querer cavar um buraco usando uma colher.
Não se pode tecer propor respostas superficiais a uma questão tão complexa. Isso porque os motivos por detrás deste desse cenário remontam a aspectos que vão desde a falta de estímulo dos jovens no processo de aprendizagem até o excesso de informação presente no mundo virtual.
Sim, há muito conhecimento disponibilizado na internet. Para acessá-los basta um clique e milhares de dados relacionados ao assunto escolhido aparecerão. Diversos estudantes preferem procrastinar, deixando de ouvir atentamente a lição que seu professor presente ensina, para, talvez mais tarde, procurá-la na internet.
Além disso, torna-se difícil competir com os “super” professores “superprofessores” dos diversos canais de cursinhos preparatórios do YouTube, quando falta didática e recursos para captar a atenção e motivação dos milhares de adolescentes espalhados pelas escolas brasileiras. Nesta Nessa linha, sabe-se que aprender é um processo ativo e individual. No entanto, ter um professor capacitado no que tange à oratória e às técnicas de aprendizagem, facilitará o engajamento dos alunos na matéria, além de lhes dar a chance de enxergar uma matéria, anteriormente enfadonha, como algo incrível.
Inúmeras melhorias podem ser feitas nas escolas brasileiras, políticas públicas podem ser implantadas, cartilhas reelaboradas, material de estudos incrementados. Porém tudo isso será pouco eficaz se não houver investimentos diretos na figura do professor, capacitando-o e o atualizando atualizando-o para que acompanhe as novas demandas da sociedade, além de merecidas melhorias salariais. Fato é que uma coisa é certa: não há como falar de educação, sem antes falar do professor.
Comentário geral
Apesar de prolixo, o texto é muito bom, particularmente nos quesitos linguagem e estrutura. Na verdade, é a argumentação do autor que deixa a desejar, como veremos pontualmente. Ainda assim, isso diminui muito pouco a nota da redação e no que toca apenas às competências 3 e 5.
Aspectos pontuais
1) Primeiro parágrafo: a conclusão do autor é errada. O fato de os estudantes preferirem outras carreiras revela o desprestígio da carreira de professor e não a desvalorização que os mestres atuais enfrentam. A desvalorização que eles enfrentam é revelada pelos baixos salários, a falta de respeito, as agressões, etc.
2) Terceiro e quarto parágrafo: a) de onde vem a falta de estímulo? O autor não explica e nem reflete sobre essa questão. b) Igualmente: como o excesso de informação na internet prejudica o ensino? Se os alunos usam a internet para aprender, isso é positivo e seria importante levá-la para a sala de aula. O problema é que a internet é mais usada para o entretenimento e a vida social dos alunos.
3) Quinto parágrafo: a) os superprofessores do Youtube também são professores. Se eles são valorizados, isso não significa nada para o desprestígio da profissão. b) Na verdade, o que o autor quer dizer é que o professor funciona como um mediador entre o aluno e o conhecimento. Se ele tivesse as características que o autor lhe atribui, os alunos não iriam preferir a internet.
4) Sexto parágrafo: entre as sugestões, fica faltando claramente a ideia de integrar os meios digitais de ensino à sala de aula.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.
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