REDAÇÕES CORRIGIDAS - Fevereiro/2019 Posse de armas: mais segurança ou mais perigo?
Um tiro no pé
No ano de 2017, de acordo com o órgão a agência federal Norte Americano norte-americana CDC (Centers of for Disease Control), aproximadamente 40.000 pessoas foram mortas por armas de fogo. Já no Brasil, esse número passa dos 43.000, é 43.000. É inegável que há uma correlação entre o acesso às armas e ao número de pessoas mortas por disparo de arma de fogo. Há aqueles — que apesar da dessa clara correlação — acreditam que aumentar o número de armas irá ser beneficente ao país.
Destarte, há um sentimento coletivo de insegurança da população brasileira, uma parcela da população acredita que que, com o acesso às armas irá poder armas, poderá ficar em igualdade com os assaltantes. O decreto assinado recentemente pelo presidente Jair Bolsonaro, no dia 15/01/2019, facilitaria a posse de arma para a população geral, além de dobrar o prazo de validade do registro de posse. Infelizmente, se até policiais são mortos a ao reagirem à a assaltos, o cidadão comum não estará mais seguro com uma arma na mão.
Outrossim, o aumento no número de armas em residência é especialmente alarmante para um grupo: as mulheres, o as mulheres. O Brasil possuí possui a quinta maior taxa de feminicídio do mundo, de acordo com a ONU. De acordo com Simone de Beauvoir, Tomás de Aquino referia-se às mulheres como “homens imperfeitos”, esse tipo de pensamento é presente na sociedade hodierna, e é utilizado para justificar o controle que os homens querem exercer sob as mulheres, sendo traduzido em forma de agressões físicas e psicológicas, o psicológicas. O acesso à uma arma escalaria uma agressão para um feminicídio.
Sobre esse viés, fica claro que aumentar o acesso do cidadão às armas de fogo, não irá resolver nenhum problema de segurança pública, muito menos abaixar diminuir a insegurança pessoal do brasileiro comum. O Governo deverá governo deveria investir em segurança pública, para que o cidadão não se sinta desprotegido caso não porte uma arma, aumentando para aumentar o número de ações para a apreensão de armamentos ilegais, além de ter como foco a redução do narcotráfico, em todo território nacional. Aumentar o número de armas, mesmo que legais, no Brasil, é um verdadeiro tiro no pé.
Comentário geral
Texto razoável, pois apresenta uma argumentação inconsistente e repleta de lacunas. De pontos positivos, o autor escreve relativamente bem e sabe dar coesão ao seu texto.
Competências
• 1) Em termos de linguagem, o texto é bom. São os erros gramaticais e deslizes linguísticos que impedem atribuir a pontuação máxima nesse quesito. Vale ressaltar a expressão “sobre esse viés”, cujo significado exato o leitor não consegue designar. Seria melhor ter usado em seu lugar: “portanto”, “assim” ou “dessa forma”.
• 2) O autor compreendeu o tema e expôs sua opinião sobre ele de modo argumentativo. Mas há problemas estruturais na redação. Não há, por exemplo, uma introdução, já que o primeiro parágrafo é claramente um argumento. Para piorar, a argumentação tem problemas como se verá a seguir.
• 3) Há muitas lacunas no raciocínio apresentado no primeiro parágrafo: 40.000 pessoas foram mortas onde? Nos Estados Unidos? Quanto às mortes no Brasil, elas aconteceram no mesmo período? Esses números absolutos não poderiam ser expressos em porcentagens e no número de mortes por número de habitantes, para esclarecer a conclusão que o autor tira da comparação? Convém lembrar que o argumento ainda é confuso, pois, nos Estados Unidos, a posse e o porte de armas é legal. No Brasil, o porte não é e, mesmo assim, as mortes são mais numerosas, de modo que o argumento parece contradizer a crença do autor. Enfim, o autor não conseguiu demonstrar cabalmente a “correlação” armas de fogo/número de mortes, que ele afirma existir. Em seguida, quando o autor fala em “sentimento coletivo de insegurança”, ele não deixa claro que isso não ocorre em virtude do decreto, mas dos níveis de violência que já imperam no país. O argumento sobre os policiais, no segundo parágrafo, é válido, mas não se trata propriamente de “reação a assaltos”, mas de confrontos entre criminosos e policiais. O argumento sobre o feminicídio também é incompleto e enfraquecido pela divagação feminista e opinativa, sem comprovação factual. É possível compreender o raciocínio do autor, mas ele deveria se esforçar para esclarecer e complementar seus argumentos.
• 4) O autor conhece os mecanismos linguísticos usados para argumentar. Perde pontos por não ter introduzido o tema, por ter começado pela argumentação.
• 5) Lembrando que o decreto presidencial se refere à posse e não ao porte de armas, a conclusão é válida, mas também tem uma lacuna: o autor quis dizer que, em vez de facilitar a posse de armas, o governo deveria se concentrar nas ações sugeridas no texto.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.
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