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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Novembro/2015 Bandido bom é bandido morto?

Redação corrigida 400

Violência não se resolve com violência

Inconsistente Erro Correção

Em um país onde a violência aumenta gradativamente e a segurança tende a ficar cada dia pior, surgem grupos de pessoas que auto denominam-se se autodenominam “justiceiros”, asos quais estão ali para proteger a população, já que a sensação de segurança não é proporcionada pelo poder público. Com isso, a classe média brasileira vibra, a cada bandido morto, a cada delinquente espancado, como fazem faz questão de dizer dizer: “Bandido bom é bandido morto”. Como já sabemos sabemos, a corda sempre rompe do lado mais fraco, do lado do criminoso que não teve acesso a educação e a muitos outros direitos que qualquer cidadão tem.

Para aqueles que são justiceiros justiceiros, é muito fácil de chegar com uma gangue e humilhar, amarrar e espancar um jovem pobre, na maioria das vezes negro e que não teve acesso à educação, assim, teve que seguir no rumo da criminalidade, fazendo assaltos e outros tipos de delitos para sobreviver, entrando em um mundo sem saída, onde mesmo tendo se arrependido depois de um tempo não tem mais como voltar e estará sujeito para sempre a viver no mundo da criminalidade.

Portanto, a maneira certa de se combater a criminalidade não é partindo de um ato violento, mas sim com um maior patrulhamento da polícia em todas as localidades do país, para que toda a população possa andar tranquilamente pela rua. Além da implantação de escolas de qualidade, asnas quais todos possam ter o livre acesso para estudar, só aos estudos. Só assim vamos conseguir diminuir os atos de violência no território brasileiro e aumentar a sensação de segurança.

Comentário geral

Texto fraco, em que o aluno aborda o tema por uma perspectiva bastante parcial, que levanta a questão dos “justiceiros” como se essa fosse a única reação violenta da sociedade contra o crime. A questão da violência policial, que faz parte do tema, sequer é mencionada. De resto, o texto tem uma perspectiva preconceituosa e simplista, opondo uma classe média supostamente simpática aos justiceiros de um lado, aos pobres suas vítimas de outro. Nessa visão de mundo mitológica em que os justiceiros aparecem como bandidos e os bandidos como vítimas da sociedade, não é de espantar que a proposta de solução seja simplista e quase mágica, bastando aumentar o policiamento e dar educação aos pobres para resolver os problemas. A realidade é muito mais complexa. Mas não são só os problemas de conteúdo que caracterizam o texto. Pelo contrário, há uma grande confusão sintática justamente no parágrafo que corresponde ao desenvolvimento.

Aspectos pontuais

1) Primeiro parágrafo: a) Falar abstratamente de justiceiros sem dar exemplos concretos do que se está falando deixa tudo no ar. Quem são esses justiceiros? Há vários tipos de justiceiros no Brasil de hoje: grupos de jovens de classe média treinados em artes marciais que se unem para combater bandidos, as milícias formadas por militares ou ex-militares que cobram pela suposta proteção que oferecem às comunidades, esquadrões da morte formados por policiais que vingam colegas mortos, enfim, não se trata de algo que se pode definir tão simplesmente quanto supõe o autor do texto, que deslocou o foco do tema da violência policial para os justiceiros. b) O poder público deve proporcionar não só uma sensação de segurança, mas a própria segurança da população. Se o poder público não cumpre o seu papel, aí sim surgem outras entidades para cumpri-lo e, portanto, o Estado também tem sua responsabilidade no surgimento de justiceiros. c) A afirmação “a classe média vibra” é tão preconceituosa quanto o suposto preconceito que essa classe teria com os pobres, na concepção do autor da redação.

2) Segundo parágrafo: o autor incorre no que se chama frase de arrastão: ele tem tanta coisa para dizer que não percebe os limites gramaticais da sentença e, em vez de recorrer ao ponto final e começar novos períodos com sintaxe adequada, vai escrevendo tudo que lhe vem à mente acerca de um sujeito – o jovem pobre, muitas vezes negro – que não é uma pessoa concreta, mas um tipo ideal, e atribuindo a esse tipo uma biografia concreta, como se todo criminoso fosse de fato jovem pobre e negro que recorreu ao crime para sobreviver e não tem mais como escapar dessa vida. Como se o destino das pessoas pobres e negras estivessem fatalmente determinados por sua condição. Num mundo como esse, onde se situaria um Joaquim Barbosa, que nasceu pobre e negro, mas se tornou um jurista, aprendeu alemão, virou ministro?

3) Terceiro parágrafo: mais uma vez, não se trata da sensação de insegurança, mas da própria segurança.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 100
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 100
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 50
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 50
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 100
Nota final 400

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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