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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Novembro/2017 Delação premiada: justiça, injustiça ou traição?

Redação corrigida 600

X-9

Inconsistente Erro Correção

Nos últimos anos tem-se feito presente a figura da delação premiada, em que acusados de crimes de corrupção revelam os bastidores do crime ao estão envolvidos, como partícipes Nos últimos anos, ouve-se falar muito da delação premiada, em que acusados do crime de corrupção fornecem informações aos investigadores, em troca de um abrandamento de sua pena. Mas será que a delação premiada é de todo benéfica. benéfica? Será que não há problemas de ordem ética ética, moral ou até jurídica com relação a ela?

Instituída em 2013, tem-se como seus usos mais notórios as Sancionada em 2013, a lei da colaboração premiada ganhou notoriedade com as delações de um grande esquema de corrupção presente corrupção na Petrobrás (que depois acabou virando a operação Lava Jato) e as delações dos irmãos Wesley e Joesley Batista, da JBS, que envolveu envolveram pagamento de propina a políticos dos mais diferentes partidos políticos partidos.

O ordenamento jurídico possui dispositivos que garantem a proteção do réu, como o IN DVBIO PRO REO in dubio pro reo e o inciso LVII do artigo 5º da constituição Constituição, que dizem que, sem provas concretas, não se pode condenar quem quer que seja. E a delação premiada é uma forma que veio, de dentre muitas outras formas já existentes, para se obter provas para investigação de crimes de corrupção. Quer o delator, por crise de consciência, vingança ou por puro X9 (gíria que se dá aos dedo duros) tenha feito as delações, de forma alguma impactamNão importam os motivos da delação, pois isso não interfere na legalidade do ato, nem na validade do material e das provas apresentados. Dizer que a delação premiada premia a traição seria, pois, um grande desserviço à Justiça do país.

Convém lembrar que um esquema recente de corrupção, o mensalão, só foi desbaratado graças às delações de um dos envolvidos nele (o então deputado Roberto Jefferson). É sabido que essas foram feitas por vingança do deputado deputado, por ter sido um dos primeiros citados e por perigar correr o risco de perder o mandato (o que, de fato, aconteceu). Mesmo assim, todas as delações foram ouvidas e concluiu-se que, sim, havia o mensalão e sim, compravam-se deputados para aprovação de projetos de lei de interesse do governo. Graças também a essas delações, foi possível ver que, se o PT teve o seu mensalão em 2005, o PSDB também teve seu mensalão, lá em 1998.

A corrupção é um crime inaceitável, que deve ser punido com todo rigor. Mas Mas, para haver punição, é preciso haver provas concretas, senão vem a barbárie. Áudios, vídeos, correspondências, grampos telefônicos, movimentações bancárias. E as delações premiadas são mais um item que vem para colaborar. Novamente, quer elas tenham sido feitas por crise de consciência, vingança, “traição” ou qualquer outra razão, isso de forma alguma compromete a busca de um país passado a limpo e com menos sem corrupção.

Comentário geral

O texto é bom, apesar de muito prolixo e de o autor adotar um tom que oscila entre a norma culta e a coloquialidade. Ainda assim, ele consegue discutir o tema e tomar uma posição diante dele, comunicando tudo isso com clareza ao leitor. Nem por isso deixa de haver problemas de linguagem de menor ou maior gravidade. Falta a exigida proposta de intervenção ao final do texto. Isso tudo ajuda a puxar a nota para baixo, mas mostra que o autor tem a possibilidade de melhorar bastante, se for mais cuidadoso com a linguagem e procurar ser mais sintético.

Aspectos pontuais

1) Terceiro parágrafo: X-9 é de fato uma gíria para designar informantes habituais da polícia ou agentes infiltrados. Dizer que X-9 é uma gíria para designar dedos-duros chega a ser engraçado, pois dedo-duro também é uma gíria. De resto, a expressão por puro X-9 não faz muito sentido. Como título, sem dúvida a gíria é atraente, embora não muito representativa do que diz o autor no texto.

2) Quarto parágrafo: os trechos em vermelho são muito coloquiais.

3) Quinto parágrafo: o trecho em vermelho é quase incompreensível. O que o autor entende por barbárie? O vocábulo parece um pouco exagerado para se aplicar aqui, do modo que foi aplicado. E a frase sem verbo áudios, vídeos, correspondências, grampos telefônicos, movimentações bancárias pode tanto referir-se à barbárie como às provas que a evitariam.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 100
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 150
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 150
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 100
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 100
Nota final 600

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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