Para uma velhice saudável, você quer Educação
Se há um sentimento que une todas as pessoas é a vontade de sentir-se saudável. Levantar da cama com vigor para enfrentar os desafios diários é um pré-requisito para realizar nossos projetos de vida. Também é comum a todos nós a preocupação com nosso bem-estar ao envelhecermos: queremos viver cada vez mais, mas queremos viver bem!
A saúde é tão importante para a qualidade de vida que aparece na Declaração Universal dos Direitos Humanos (1949) e também como um dos direitos sociais assegurados pela Constituição Brasileira. A área também é um dos aspectos considerados na composição do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), indicador que mede o progresso de um País olhando para as pessoas e não apenas para o desempenho econômico.
Para construir uma Nação focada no cuidado com o outro, é preciso Educação! Embora nossa vitalidade esteja relacionada a várias áreas e escolhas individuais, é uma unanimidade entre os pesquisadores que a Educação tem impacto social na saúde. Segundo um relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) de 2017, o acréscimo de quase um ano letivo no Ensino Fundamental resulta em um aumento de 3,2 meses na expectativa de vida. Outros estudos apontam ainda que o tempo de ensino está associado a menor incidência de doenças crônicas e que quanto maior a escolaridade da mãe, mais saudáveis os filhos pequenos.
Parte da explicação para esse fenômeno é algo que todos conhecemos bem: quanto maior o nível educacional, maior o acesso do indivíduo à informação sobre cuidados e hábitos saudáveis. Basta recordarmos que, à medida que crescemos e adquirimos mais conhecimento científico, trocamos as indicações do “ouvi dizer” por pesquisas com fontes confiáveis sobre aquela doença diagnosticada ou sobre uma alimentação balanceada.
Além disso, pesquisas nacionais e internacionais revelam também que maior escolaridade está relacionada a maior renda, que por sua vez está associada a mais saúde. Uma pessoa com boas condições financeiras tem, por exemplo, mais acesso a prevenção de qualidade, saneamento básico, locais e serviços onde circulam informação qualificada e também a mais apoio na velhice. Os estudos revelam ainda que para que o futuro seja um convite auspicioso para todos, a Educação é central, mas precisa estar articulada a outras políticas sociais relevantes como a do trabalho, da previdência e da própria saúde.
A cada dia somos mais e mais obrigados a encarar nosso futuro e a projetar como queremos vivê-lo. O envelhecimento tem estampado os jornais, não apenas devido à reforma da Previdência Social (cuja tramitação no Congresso Nacional foi suspensa), mas também pelas dificuldades enfrentadas pela classe cada vez mais numerosa dos idosos brasileiros.
Podemos mudar esse quadro e aumentar a longevidade, sem sofrimento físico ou psicológico, se investirmos mais e melhor em Educação de qualidade para todos – especialmente daqueles que estão em situação de maior vulnerabilidade. A Educação também contribui para a saúde populacional quando nossas escolas são disseminadoras de conhecimentos científicos, higiene e atividade física, assuntos que já abordamos nesta coluna e que estão explicitados na Base Curricular da Educação Infantil e Fundamental. Se você quer mais vida, você quer Educação.
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